Trabalho da Igreja Baptista em Portugal.
A Igreja foi fundada no Caminho que Jesus Cristo percorreu. Chamando pelo nome seus primeiros membros de discípulos. O Caminho cresceu e foi chamado em Israel de seita, depois religião. Ganhou o mundo, chegou a Grécia e foi chamada de Filosofia, na Europa como Poder, atravessou o atlântico e chegou no norte do novo continente como Business e nos dias atuais no sul do continente americano como Espetáculo. Mas esses são temas para outro artigo. Vamos abrir uma lacuna nesta linha do tempo e pensemos no Cristianismo como Poder nas terras da Europa. Do Imperador Flavius Valerius Constantinus, conhecido como Imperador Constantino, século IV, até a Reforma Protestante, século XVI, o cristianismo romano universal ditou as regras religiosas, civis e tudo o mas que achasse que fosse de interesse do clero. Deixou de ser religião, relacionamento do homem com o Criador, passa a ser Poder, de mando, de força, de domínio, escravizando o homem. Contrário ao princípio fundante dos primórdios do Caminho, que era o homem livre relacionando-se com o Criador.
Pois bem, temos hoje uma Europa num extremo, o descrente com a estrutura da religião que se fundiu com o Poder e na outra banda o alienado pela herança do poder dominante, o cristianismo romano, de outrora que ainda o escraviza, e impede de buscar novos ares para oxigenar o espírito cansado e oprimido nas tradições e costumes de um passado distante, mas presentes nas mentes e corações.
Neste cenário encontra-se a Convenção Baptista Portuguesa apoiando o trabalho dos missionários batistas brasileiros. Visitei, preguei e demos palestras para meia dúzia de crentes sedentos de conhecer as escrituras e que tem testemunhado sua fé a um povo com cicatrizes na alma. As pessoas nas cidades que passei pouco se falam ou pensam em Deus, apenas vivem o agora, com a certeza distante da morte e nenhuma da eternidade. Deus não faz parte da vida e dos planos da gente desta terra.
Mas vi também, corações crentes no Senhor, missionários que gastam suas vidas e forças na convicção do seu chamado ministerial. Rostos cansados de anciões, que a janela da alma, os olhos, ainda brilham a fé no Salvador. O sorriso brota na face quando explicamos a revelação de Deus, a Bíblia. Os ensinos de Jesus, as profecias cumpridas e ainda por cumprir, as recomendações apostólicas de manter firmes nestes dias de incredulidade, mantém acesa a chama da fé na vida dessa gente que tem poucos domésticos da fé para repartir ou compartilhar sua esperança.
Aqui as Igrejas são pequenas, quarenta membros, ou muito pequenas, seis membros, mas quem as compõem estão a falar do amor de Deus. Lembro-me da recomendação de Deus aos seus dois profetas do cativeiro babilônico que pregassem aos cativos, que trabalhassem, construíssem casas, tivessem filhos e orassem pelos governo de quem os escravizavam, porque no tempo próprio Deus viria e os libertariam e eles conheceriam novamente o poder do Senhor. Os Batistas do Brasil e de Portugal estão fazendo missões crendo que o Senhor não falha , assim como no passado, Ele há de cumprir e por isso estamos a executar a missão de “ide por todo mundo e pregai a Evangelho (as boas novas) a toda criatura”. Porque cremos que Cristo a seu tempo irá voltar e julgará o mundo.