Evanildo Porto

Evanildo Porto

Sábado, 31 Maio 2014 05:12

Caminho do Êxodo - 17/05/14.

Caminho do Êxodo – Monte Sinai, Egito – 17/05/14.

São mais de quinhentos quilômetros de um deserto diferente, muitas pedras entre as montanhas e o mar Vermelho. Passamos pelo canal de Suez, por um túnel que liga a península do Sinai. Descemos ao sul da península margeando o Mar Vermelho, terra árida, com raríssima vegetação, muita pedra que rolam das montanhas, sol escaldante mas a sombra uma brisa da corrente que vem do mar, muitas vezes ao alcance da vista.

A primeira parada foi no poço que o povo hebreu parou para descansar e encontrou águas amargas. Foi a primeira vez que descemos do ônibus e pudemos pisar no solo da peregrinação de Moisés. Como sempre os egípcios grandes e vorazes comerciantes estão presentes com os souvenir que os turistas consomem numa tentativa de marcar na memória que por ali passaram.

Continuamos o suposto trajeto da caminhada do povo de Moisés em direção ao extremo da península. Chegamos no extremo do mapa, numa cidade balneário, muitos barcos, gente bronzeada é a cidade de Porto do Sacerdote.

A nossa frente o mar Vermelho, só resta contornar a Península do Sinai e subir para o norte, ainda margeando o mar Vermelho e alguns quilômetros ao norte entramos em direção ao centro da península em direção ao famoso Monte Sinai.

Chegamos ao pé do monte e hospedamos em um belo hotel com todo o conforto que seguramente Moisés jamais pensou que um dia pudesse ali existir.

No começo do dia seguinte, precisamente a meia noite e meia começamos a subida ao cume do referido monte. A escuridão era total, somente as lanternas e os guias nos indicava o caminho íngreme, muitas curvas e pedras soltas. Todos animados, não sabíamos que era cerca de seis quilômetros para chegar a altura de aproximadamente 2300 metros de altitude. Várias paradas para descanso de dez minutos e muitos egípcios locais vendendo água e oferecendo seus serviços: camelo para os cansados! Saímos da base, em frente do Mosteiro de Santa Catarina, com quarenta e cinco valentes e dispostos aventureiros, chegamos ao cume do monte Sinai após três horas e meia com apenas dezessetes exaustos aventureiros, mas embebidos pela beleza do local e com uma temperatura que acho que beirava aos quinze graus Celsius.

No cume do monte tem um pequeno mosteiro ao lado um pequeno platô que os peregrinos se reúnem em grupos para orar, cantar, fazer uma reflexão bíblica e apreciar a vista que é de uma suntuosidade magnifica. Depois vem a descida com o sol já nascendo que dá um brilho especial aos contornos dos montes que formam a península do Sinai. Na descida descortina a beleza do lugar, caminhos sinuosos e estreitos, com grandes e profundas fendas, despenhadeiros profundos e perigosos. O cansaço já se faz visível nos passos, apenas revigorados com a ajuda da força da gravidade e a extasiante beleza que é revelada a cada curva e platô de descanso que não tinha sido revelado na escuridão da subida. As oito horas estávamos já de volta ao hotel, cansado mas orgulhos da conquista de ter ido ao lugar tido pela tradição onde Moisés recebeu do Criador as tábuas que continham as Leis – Os Dez Mandamentos.

Saímos do centro da península e caminhamos em direção ao norte margeando o Mar Vermelho, chegando ao Golfo de Aqaba que na sua extremidade faz fronteira com Israel, pela moderna cidade de Eilat. Entramos em Israel!

Quinta, 15 Maio 2014 08:51

Egito - Cairo - 13/maio/14.

Terra dos Faraós – 13 a 16/maio/14.

Entramos no Oriente Médio pelo Cairo, cidade agitada, com transito caótico, sem semáforo, por aqui não se fala baixo e a língua é forte nos seus fonemas, parece que estão discutindo, embora no final do diálogo haja um sorriso largo e gostoso de despedida. Não era briga!

Instalados, hotel confortável, acordei e ao abrir a cortina do quarto e tenho bela vista da pirâmide de Quéops, a maior das pirâmides, ao seu lado Quéfren – filho do Faraó Quéops – e um pouco mais distante, mas na mesma linha de visão os dos seus netos, Pirâmide dos Miquerinos.

Fomos visitá-las, explicações históricas do Guia, fotos, sol escaldante e camelos. Terminei aceitando o desafio de ir até ao camara mortuária do Faraó Quéfren, trinta metros abaixo da sua pirâmide, depois um longo corredor estreito e novamente uma subir uma longa escada até encontrar a câmara mortuária do dono da pirâmide – Faraó Quéfren! O percurso parece fácil, se não fossem as escadas inclimes, estreitas e baixas, só consegui passar quase de joelhos. O corredor tem altura de 1,70 metros e estreitos. Com certezas os construtores – escravos – eram magros e baixos. A camara mortuária é ampla, aproximadamente a grosso modo (12 x 6) metros e a altura no seu ponto alto triangular por volta de 5 metros. O lugar onde os restos mortais do faraó iria ficar devia ser portentoso e no centro do monumento que iria perpetuar seu nome – Piramide de Quéofren.

Depois fomos a Esfinge – estatua com rosto humano e corpo de leão – simbolizando a forca dos animais e a inteligência do homem! E como a historia e a mítica dos homens se repente para os crédulos. Aqui também tem a “Fonte de Trevi” não com a pompa e luxo arquitetônico da Cidade eterna mas, com o mesmo significado: quem deixar uma moeda no poço próximo a Esfinge voltará a Terra dos Faraós. A história se repete a crença, o desejo, a mística como fonte de renda. Ainda vou ver em muitos lugares a mesma manipulação do inconsciente popular.

A historia do Egito é belíssima e inspiradora, o Rio Nilo uma dádiva magnífica de Deus ao povo egípcio! Fonte de vida, todavia, assim como nossos rios no Brasil padece do mesmo mal, a cidade do Gizë, cidade das pirâmides, onde estamos hospedados, colado do Cairo, separado apenas por um dos vários braços do Nilo, polui abundantemente como é visível com a sujeira que a cidade ostenta a margem dos seus canais e vias publicas.

Navegamos no Rio Nilo, visitamos fabrica artesanal de papiro, experimentamos os cheiros das essências dos perfumes locais e degustamos os sabores da culinária local. 

E por fim, um povo agitado e comerciante agressivos, impetuoso que deixa a impressão que quer vender qualquer coisa pela forca e não pelo convencimento da nossa necessidade.

Do povo daqui o que mas gostei foi a memória da minha infância, revi muitos colegas da minha meninice. Ao que parece o cuiabano, pelo menos os meus colegas infantes, tem em seu DNA muito do egípcio, aparência, timbre de voz, aspereza e afago no trato. Estou feliz porque em todo lugar me descubro e reafirmo Conhecer é Preciso.

Quinta, 15 Maio 2014 08:44

Roma - Italia - 11/Maio/14.

Cidade Eterna – 11 e 12/maio/14.

Roma, Cidade Eterna, vimos às ruínas da pujança do Império romano de outrora. A cidade de Roma é um museu a céu aberto. Chegamos domingo às seis horas, fomos para o hotel, deixamos as malas e fomos conhecer a cidade. Parece que havia turistas do mundo todo, um espetáculo cosmopolita! Tinha fila para tudo! A nossa excursão embora agendada com as agencias de turismo local, era mas tranquilos os passeios, mesmo assim estávamos inseridos no contexto, muita gente por todos os lados. Fizemos tours de ônibus, com guias explicando em português perfeito, pelas principais ruas, praças e igrejas, história pura do período do apogeu romano. Conhecer a historia é preciso nos seus locais de acontecimento.

Conhecemos com suas devidas explicações históricas as ruínas do Congresso romano, o lugar onde Cesar foi assassinado pelos senadores, as prisões que acoitaram os cristãos, os arcos dos imperadores contado em gravuras as suas conquistas. Em especial o Arco de Tito carregada de historicidade da destruição de Jerusalém no ano de 70 d.C. A Via Romana que os Imperadores desfilavam os seus triunfos a população, consagrando a sua pretensa divindade.

A fonte de Trevi com seu gasofilásio da esperança, para aqueles que creem e querem voltar um dia a Roma, joga-se uma moeda, garantindo o retorno a Cidade eterna. CEP tem visto em vários lugares a mesma lenda, comércio pujante para aqueles que administram a fonte!

O Coliseu é realmente um colosso, como dizia o romanos da estatua de Nero que existia naquele lugar que depois de destruída foi construída no seu lugar a grande arena dos espetáculos nos anos 80 d.C. Uma estrutura carrega de suntuosidade, poder e simbolismo como toda as obras de quem quer se perpetuar da vida para os tempos que a historia vai contar, ou seja, quer ser lembrado!

No dia seguinte, eu a Lizes e um casal de Marechal Rondon/PR – Tarciso e Helena – fomos visitar o Vaticano. Contratamos um guia e vistamos o Museu do Vaticano, a Capela Sistina e a Basílica de São Pedro. Salta os olhos toda a riqueza, o que me fez lembrar a resposta do teólogo da própria Igreja quando em vista ao Vaticano, o papa lhe disse: "Tomás de Aquino hoje não precisamos mas dizer não tenho ouro nem prata!” O sábio teólogo lhe respondeu: “Santidade mas também não podemos dizer levanta e anda!”

No Museu o Guia Turisco, provocado, tentou mostrar as vísceras da história política dos papados, na Capela Sistina a grandiosidade do talento renascentista do Michelangelo com suas pinturas, historias imortais, a arquitetura soberba e imponente, luxuria e tirania dos “imperadores papas”, como os papas Bórgias dos séculos XV e XVI.

O Vaticano no verão tem aproximadamente um milhão de visitantes por dia, uma maquina de fazer dinheiro, moeda forte - € ou US$ - são as moedas correntes. De repente tenta-se mudar o cenário comercial para o sagrado, na Capela Cistina, palco dos acontecimentos políticos religiosos que de tempo em tempo se reuni para eleger o Papa e assim manter  o poder constituído funcionando em proveito próprio. Somos avisado que não pode fotografar e conversar na Capela. Entramos, surpresa! Uma multidão se aglomera no Santuário, uma babel, vária línguas sussurrando, nenhuma reverencia, apenas olhar turístico ou contemplativo. É impossível a fiscalização nesta época de macro e nano tecnologia descobrir quem esta filmando, fotografando ou transmitido áudio. Todos nos recebíamos sinais dos nossos respectivos guias nos transmissores auriculares portáteis que portávamos. Não se mistura o Sagrado com o Profano, água com óleo, caridade e lucro!

Ultima etapa do tour, Basílica de São Pedro, monumento dos gênios - Bramante, Michelangelo, Rafael e Bernini - da arquitetura renascentista. Outra multidão armada com a mas alta tecnologia, guias oferecendo CDs com toda a historia do tour, de U$ 5 a U$ 25. Não se vê ninguém apreciando a obra e seu significado, apenas a ânsia de registrar o todo de forma personalíssima, a pessoa ao lado da obra. Basílica belíssima, com seus variados e místico significado, mas uma vez o apogeu do império romano se destaca, por isso conseguiu dominar o mundo por centenas de anos e ainda o faz com sua belíssima historia contada a cada um de nos que visita a Cidade Eterna.

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