Não envelhece quem é rico em sonhos. Os sonhos acendem a esperança, renovam o espírito, dando asas que não nos deixam envelhecer, porque estamos sempre voando, realizando a teimosa esperança do sonho.

Evanildo e Lizes Porto    (+55) (65) 8124 9103

Evanildo Porto

Evanildo Porto

Segunda, 14 Dezembro 2015 19:43

Mendoza ciudad de las árboles.

Mendoza ciudad de las árboles - 09 à 15/12/2015.

Saímos de Buenos Aires em direção a cidade de Mendoza pela Ruta Nacional Sete (RU7), passando por Chivilcoy, Chacabuco, Junin, San Luis e finalmente Mendoza, famosa pelos seus vinhos e azeites, foram mil km de boa estrada, com alguns pedágios.

Passamos pela Província de San Luis, pela RU7, toda expressa, com iluminação dos dois lados das vias, no canteiro central, luxo num pequeno trecho de 380km de extensão. Nesta província, segundo nosso amigo - Pr. Daniel Vega - não existe nenhuma família sem casa própria, com telefone, internet, água e luz. 

Na Argentina o relevo é uma planície, ao passarmos a capital - São Luis - da Província, avistamos a primeira elevação no território argentino até agora percorrido. Pequena cadeia de montanhas, prenunciando que a famosa Cordilheira, fronteira natural com o Chile se aproximava e a temperatura bruscamente baixou para dezesseis graus, o vento era gelado e isso para um cuiabano é inverno brabo, e aqui, é verão e dos calientes. 

A surpresa ficou para a cidade de Mendoza, conhecida pelos seus excelentes vinhos e azeites, já os conheciam de longa data. Há nos supermercados de Cuiabá essas iguarias Mendozinas.   

Mendoza, cidade interessante, cortada por canais d`agua do rio que dá nome a cidade, que desce da Cordilheira dos Andes e que inundava a cidade. A solução encontrada foi fazer vários canais ao longo da cidade em frente as casas em algumas ruas e avenidas, e ainda, fizeram desvios estreitos que irrigam as bonitas e frondosas árvores que embelezam as ruas da cidade. 

Inteligente solução contra as enchentes recorrentes ao longo dos anos. Diante do problema, acharam a solução da irrigação permanente para o verde da cidade. As suas avenidas largas, bosques, parques e jardins imponentes, herança da arquitetura espanhola presente pelos lugares que passamos.

Viajar pela Argentina tem sido prazeroso e relativamente barato. Um real equivale a quatro Pesos argentinos, contudo, ao fazer a conversão os preços se equivalem ao do mercado brasileiro, com ligeira diferença para menor. Quanta diferença quando na Europa estivemos, quando pagávamos um Euro na realidade estávamos sacando do bolso três e meio o valor em Reais, à época. 

Ficamos hospedados na Iglesia Bautista Oeste e na viagem descobrimos que somos peregrinos em terras estranhas, mas não  estrangeiros, somos irmãos em Cristo, isto é cristianismo! Onde chegamos somos acolhidos como os domésticos da fé, tal qual, os locais. Nosso carinho e oração pelo casal de pastores - Daniel e Mary - que nos recebeu como verdadeiros membros do corpo da Igreja invisível de Cristo. Dios te bendiga! 

Desde Mendoza, oeste de la Cordillera de los Andes.

Segunda, 14 Dezembro 2015 16:35

Nosso tempo no "Casulo móvel"

Nosso tempo no “Casulo”.

Casulo é o nosso motorhome, dentro dele o tempo e espaço são percepções.

Já se passaram dezenove meses que saímos de casa e o tempo parece que não passou. Todavia, quando mergulhamos nas lembranças descobrimos quanto tempo já passou. Tempo é apenas percepções que a vida captura ou não.

Saímos de casa que tem o espaço e conforto que a dignidade da média das pessoas deveriam ter, com todas as facilidades que a vida moderna oferece. Contudo, estamos experimentando a restrição de espaço, numa área de oito metros quadrados. 

Pequeno, sim, mas não limitado. Temos quase todo o conforto que tinhamos, água quente, geladeira, forno a gás, microondas, ar condicionado Spliter, televisão, cozinha, banheiro, cama de casal, aquecedor a diesel e o maior quintal e vizinhança que nunca tivemos, o mundo exterior ao alcance. Então, o espaço é outra percepção de quem ocupa e usa. 

Reduzimos o espaço, tendo as mesmas coisas que outrora necessitávamos muito do espaço, entretanto, temos conforto com muito menos espaço. Tempo e espaço está dentro de nós, nas nossas percepções. 

Quando saímos para a nossa viagem, cambiamos nossas prioridades, agora o tempo era para ter espaço na alma para viver, conhecer, aprender, sentir, ver, ouvir com o tempo. O caminho um detalhe que seria percorrido com o tempo. O detalhe são lugares que iríamos conquistando no espaço que o tempo irá nos levar. Decretamos abolição da rotina, liberdade!

O tempo é implacável, leva-nos parados ou movimentando, ociosos ou produzindo, sadios ou doentes, tristes ou felizes.  Independe das circunstâncias o tempo é uma percepção do momento.

O momento nosso é viver intensamente, conhecendo o agora! Sabemos que estamos vivendo um momento único, que apenas o tempo testemunhará se valeu a pena. 

A vida é volátil - “como um vapor d’agua que logo dissipa” - diz as Escrituras. O escritor Mário Quintana no poema O Tempo, diz que as horas -“casca dourada e inútil” - são fragmentos do tempo.

O poema é de simplicidade juvenil, clareza cartesiana e sabedoria que só a maturidade revela, muito inspirador para quem a alma anseia se libertar das algemas do tempo:   

“A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas!

Quando de vê, já é sexta-feira!

Quando se vê, já é natal...

Quando se vê, já terminou o ano...

Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.

Quando se vê passaram 50 anos!

Agora é tarde demais para ser reprovado...

Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.

Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...

Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...

E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.

Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.

A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará”.

O tempo nos amansa, molda, coloca arreios e escraviza. A vida com a maturidade nos ensina a ser gente, e a melhor maneira para aprender a ser gente é viajando. A vida como a viagem é uma busca que nunca termina, pois são eternos. A vida é eterna , pois o Espirito não envelhece, é o “sopro” do Criador, que no final volta a Ele que o deu. E a viagem também é eterna, existirá sempre lugares ainda não viajado. Assim, não tem tempo que nos amansa e escraviza, pois, aprendemos viajando que a vida é bela quando a vivemos, aprendendo a ser gente e gostar de gente.

Dezembro/2015.

Casa de Campo El Paye, Argentina.

 
Domingo, 13 Dezembro 2015 11:28

Luján, Argentina - 02/12/2015.

Luján,  Argentina - 02/12/2015.

Argentina tem sido uma bela surpresa! Boas estradas, gente hospitaleira, cidades limpas e arborizadas.

Estivemos em Luján, cidade próxima de Buenos Aires, com seus jardins, praças, monumentos, Catedral e Museus, lugar de turismo religioso, com amplos espaços culturais e históricos.   

O imponente templo neogótico, a Basílica Nacional, – aonde chegam anualmente milhões de peregrinos para manifestar sua fé diante da pequena imagem da Virgem de Luján –  é uma de suas expressões mais notórias. Vale a pena conhecer.

A arquitetura dos prédios históricos, espaço livres e praças me trouxe a lembrança o centro antigo de Málaga, cidade da Espanha. Ao que parece, aqui como lá, os espaços públicos e praças ricamente arborizadas, privilegiam a qualidade de vida dos seus moradores.

O centro turístico de Luján está impregnado de história, monumento que enaltece os combatentes da guerra contra os Ingleses nas Ilhas Malvinas. A Catedral construída em 1872 com estilo neogótico, suntuosa e riquíssima nos detalhes, esmerada arquitetura.

Como a história sempre se repete em localidades e povos diferentes, lembrei-me da Basílica de São Pedro no Vaticano quando lá estivemos e escrevi o artigo - Roma a Cidade Eterna - que falava da reverência ou irreverência entre o profano e o sagrado. Aqui, como lá, o crível e o incrédulo, o turista ávido com sua máquina fotográfica em registrar tudo, o crente a busca da revelação da fé mística. 

O homem é homem não importa a nacionalidade, status social, credo, cor ou local da adoração, sempre a procura do metafísico. Mal sabemos, que o que procuramos está mais perto que imaginamos, dentro de cada um de nós. O reino de Deus não vem com manifestação exterior, está dentro de cada um de nós. Quando assim entendemos, a vida fica mais fácil de ser entendida e vivida! 

Desde Luján, Argentina

Evanildo Porto

 

 

 
 
Home Evanildo Porto

Fotos